Brincar é coisa séria
26-11-2010
A importância do brincar no desenvolvimento das crianças

"Quem se lembra do seu brinquedo favorito?"

Foi assim, fazendo uma viagem à nossa infância, que no passado dia 24, demos início a uma série de encontros temáticos ligados à Educação dos nossos filhos.

Tivemos a presença da Psicóloga Dra. Paula Monteiro que entre muitas outras coisas, ajudou-nos a compreender melhor a necessidade das crianças brincarem e de brincarmos com elas.

Brincar desenvolve a afectividade, a criatividade, a linguagem, a memória, a concentração e as competências sociais tão importantes para uma vida em sociedade.

"É a brincar que a criança aprende o que mais ninguém lhe pode ensinar".

Falou-se também do papel dos brinquedos, que ajudam a criança a encontrar soluções para problemas que surgem e a suavizar o impacto provocado pela força dos adultos, diminuindo assim o sentimento de impotência da criança. Tudo é feito à medida do tamanho do seu corpo, das suas mãos, dos seus olhos.

O brinquedo ao ser aquilo que a criança deseja, de acordo com as suas necessidades, aumenta o seu sentido de eficácia e auto-estima,  estimulando  a criatividade e a imaginação.

Muitos brinquedos? Pouco brinquedos? Como dar os brinquedos?

Não há uma fórmula mágica para responder a estas questões. O importante é a criança desejar muito uma coisa e poder esperar por ela o tempo necessário para sentir de facto a satisfação de ter algo que desejou muito! Brinquedos há muitos, mas que permitam que a criança fantasie, crie, imagine é algo que devemos ter em consideração quando os compramos.

Deixo-vos algumas dicas que podem ajudar a escolher os brinquedos:

• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia o seu pensamento.

• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e as suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.

• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.

• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a criatividade.

• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é constituído.

• Cores e formas:
A cor, as texturas e formas diferentes estimulam sensorialmente.

• Tamanho:
Deve ser compatível com a sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).

• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.

• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam soltar-se.

Quem não se lembra de brincar às casinhas, pegar na carteira da mãe ou nos sapatos e dar de comer ao bebé. Ou ainda de pegar num objecto e fazer de conta que é uma espada ou um telefone. Mais tarde vêm as brincadeiras mais organizadas, com regras, ganhar e perder, esperar pela sua vez para jogar, ficar de fora, enfim tempos que nunca mais esquecemos e que marcam aquilo que somos hoje.

Um pedido: Não deixem "morrer a criança"em cada um de vós! E "gastem" 15 a 30 minutos por dia a brincar com os vossos filhos. Além de os conhecerem melhor, estão a estreitar os laços de amor que vos unem e que ficam registados para sempre na nossa memória afectiva.

Bem hajam a todos os presentes!

Até ao próximo encontro!

 

 

“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Paulo Freire